aviso logo que essa é a primeira de várias mixtapes que vou colocar por aqui. sou daqueles que ainda têm fitas K7s guardadas pelas gavetas, com músicas aleatórias - ou quase - gravadas. vivo inventando listas de músicas pras situações mais absurdas e idiotas, desde "músicas para lavar a louça" até "músicas para contar para sua família que você tem câncer". e essa primeira mixtape é bem no clima de 2010, principalmente pra quem mora em São Paulo: chuva chuva chuva. desde o fim de 2009 nós paulistas estamos tomando água na cabeça sem parar! tragédias à parte, juntei algumas músicas apropriadas para se ouvir enquanto espera o ônibus com o guarda-chuva aberto, ou fumando um cigarro perto da janela. algumas são mais deprêzinhas, outras nem tanto. eis as escolhidas:
1) Bat For Lashes - Sleep Alone
Natasha Khan é a mulher por trás do projeto indie inglês que brinca com música indígena americana, new-wave dos 1980's e folk. não é à toa que o último álbum, Two Suns, está em tudo que é lista de melhores álbuns de 2009. as letras de Bat For Lashes são fortes, os clipes são produções delicadas, a música é fácil e a voz da Natasha é leve e carregada ao mesmo tempo. minha banda favorita, é uma pena que venham ao Brasil esse ano apenas para abrir o show do Coldplay. essa faixa conta com o último clipe lançado por ela por enquanto.
2) Emilie Simon - Dreamland
a francesa lançou seu último álbum, The Big Machine, no final de 2009, e não ouvi muitos bons comentários a respeito. deve ser porque é o primeiro dela cantado quase totalmente em inglês, com músicas não tão intimistas e uma técnica vocal que lembra muito a Kate Bush. tenho que admitir que odiei o cd quase todo, de início, mas depois fui me acostumando e hoje sou viciado em várias faixas. essa é o primeiro single, e o clipe é lindo e fantasmagórico, uma Alice no País das Maravilhas mais sombria.
3) A Camp - Chinatown
projeto paralelo da Nina Persson com seu marido Nathan Larsson na banda, A Camp tem um som triste e bem puxado para o country/folk americano. nina assume a composição das letras, e levou isso também pro Cardigans, quebrando o clima feliz e despreocupado que eles tinham na época de Lovefool. esse segundo álbum é mais ácido e crítico nas letras, e isso aparece na capa e no nome. a música não tem clipe, mas essa apresentação deles na KCRW é bem legal.
4) Billie Holiday - I'm A Fool To Want You
ela dispensaria apresentações, mas eu estou aqui pra isso. é uma das mães do jazz/soul, e é referência pra qualquer compositora/cantora atual, mesmo que inconscientemente. Billie Holiday nasceu em 1915 e morreu jovem, aos 34 anos, por excesso de drogas e bebida. ela tem inúmeros lançamentos em seu nome, e é daquelas artistas que até hoje lançam coletâneas, greatest hits e álbuns com raridades. essa música em específico é do álbum Lady In Satin, de 1958, e foi escolhida ano passado como trilha sonora da última campanha do Chanel n5, com a Audrey Tautou.
5) Björk - Sonnets/Unrealities XI
a islandesa é minha cantora favorita de todos os tempos. maluca, esquisitinha, excêntrica, nervosa e grita pra caramba. eu sei, eu sei. mas eu levo isso tudo como elogio, ok? Björk escreve, compõe, mixa, e faz quase tudo que diz respeito à sua música e sua imagem, sempre trabalhando com cabeçudos da moda, música, produção artística & afins. essa música é do odiado álbum Medúlla, em que ela trabalha apenas com a voz como instrumento musical, e é baseada num poema do americano E. E. Cummings. não existe clipe, mas essa apresentação em Reykavík é bem bonita.
6) Cat Power - I've Been Loving You Too Long (To Stop Now)
a americana Chan Marshall é Cat Power e desde 1994, lança um álbum atrás do outro. começou pelo rock indie, foi puxando pro country/folk até chegar no jazz e no blues. ela é bem conhecida por regravar clássicos da música americana e já tem dois álbuns só com covers - o Covers Record e o Jukebox. essa faixa é do último lançamento dela, um EP chamado Dark End Of The Streets, que conta com 6 faixas regravadas por ela, e a original é da voz de Otis Redding. mais uma música sem clipe, mas com uma apresentação bem legal, ao vivo em Lisboa.
7) CocoRosie - Joseph City
as irmãs Sierra e Bianca Cassidy são filhas de hippongos, e foram criadas longe uma da outra. cresceram, e se reencontraram numa época em que Bianca morava no Bronx em Nova Iorque e brincava de rapper, e Sierra morava em Paris onde estudava canto lírico. elas se identificaram uma com a outra e criaram esse projeto que - sim! - mistura hip-hop com canto lírico e um monte de barulhinhos tirados de brinquedos e aparelhos antigos. é um som BEM estranho, mas muito bem trabalhado visual e musicalmente. essa música é do último lançamento delas, um EP curtinho pra enganar os ouvidos enquanto elas não lançam um álbum. é meio difícil encontrar coisas delas, quando elas não fazem força pra divulgar, então temos que nos contentar com esse não-vídeo.
8) Fever Ray - Now's The Only Time I Know
a sueca Karin Dreijer-Andersson é conhecida como uma das integrantes do duo The Knife, que leva com seu irmão Olof. mais conhecida ainda pelo vocal de What Else Is There, da dupla norueguesa Röyksopp. ano passado ela lançou um álbum solo sobre o pseudônimo Fever Ray, gravou clipes e lançou singles de quase todas as músicas do cd, fez turnê e fez até um cover de Nick Cave. essa música não ganhou destaque na divulgação, mas é uma das minhas preferidas, inclusive pela letra: "agora é o único tempo que conheço".
9) Juliette Lewis - Ghosts
ela começou a carreira bem pequena, trabalhando com monstros do cinema americano como Robert de Niro, Brad Pitt - com quem namorou - Oliver Stone, Martin Scorcese e outros. e essas grandes oportunidades logo cedo foram, segundo ela mesma, um dos motivos pelo qual ela saiu um pouco das telas e foi se dedicar a outra paixão: a música. pegou uma banda ótima e lançou dois álbuns como Juliette and The Licks. um punk-rock bem puxado pro pop, com letras e clipes bem engraçados. ela sempre teve um estilo rocker pirada, e na música isso parece ainda mais natural. ano passado, lançou um álbum sem os Licks, apenas como Juliette Lewis, e dessa vez correu para um rock mais psicodélico e intimista. não é uma artista super inovadora, mas acho que merece uma ouvida mesmo assim.
10) Emily Haines & The Soft Skeleton - The Lottery
ela é o vocal da banda canadense Metric. sempre escreveu as letras pro grupo, e lançou com eles 4 álbuns, e na minha opinião o último (Fantasies, de 2009), é o melhor. em 2006, Emily lançou um álbum solo, o Knives Don't Have Your Back. se você acha Metric triste, não ouça. é deprê ³ demais, mas se você conseguir ouvir até o final, vale a pena. só não aconselho ouvir de manhã cedo. para pessoas com humor influenciável por músicas como eu, é bom ouvir com moderação.
e é isso, essas sugestões são obviamente tristes, mas pra um dia de tempestades como foi hoje, combina muito bem. para quem quiser baixar a mixtape inteira, abaixo está o link. #frikadica
3 comentários:
adorei a seleção, dá até vontade de que amanhã seja um dia de chuva (o que é dificil por aqui hehe)
=***
Pronto!
só falta chover agora... ou não! :P
;)
trilha de bissinha :B
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